Vacina contra o sarampo deve ser tomada por crianças e adultos que não foram totalmente imunizados na infância
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Muitos brasileiros estão pendentes da segunda dose da imunização contra o sarampo — Foto: Reginaldo Prado
Doença considerada erradicada no Brasil até o ano passado, o sarampo já teve mais de 420 casos registrados no país e o número de novos pacientes infectados disparou em São Paulo. A situação soou o alerta das autoridades, que têm intensificado as campanhas de vacinação, a melhor forma de impedir o contágio.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem surto ativo em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. São Paulo lidera o ranking com o maior número de infecções e 82% de todos os registros. Nesta segunda-feira (23), postos de vacinação na Capital registraram filas, e a prefeitura anunciou fará vacinação também nas escolas.
Quem deve tomar a vacina contra o sarampo?
- Quem ainda não tomou as duas doses da vacina na infância e na adolescência
- Quem não tem certeza se já tomou as duas doses deve tomar uma dose extra
Em São Paulo, a prefeitura orienta que todas as pessoas entre 15 e 29 anos tomem a vacina, mesmo que já tenham recebido as duas doses. A vacinação tem ocorrido a partir das 7h ou 8h e se estende até as 18h ou 19h, dependendo da unidade. A lista de postos de saúde está no site da prefeitura – basta escolher se a busca é pelo endereço onde mora ou pelo nome da unidade, e digitar no campo em branco à esquerda.
As pessoas que se encaixem em um dos perfis abaixo devem consultar seu médico antes de tomar a vacina:
- Gestantes
- Pessoas com baixa imunidade ou gripadas
- Pacientes em tratamento contra o câncer
- Pacientes portadores de doenças que derrubam o sistema imunológico, como a Aids
Crianças com menos de um ano
O calendário da vacinação indica que o período ideal para aplicar a primeira dose é aos 12 meses de idade. A vacina tem menor eficácia antes dessa idade, mas os pais bebês com menos de 12 meses que farão viagens a locais considerados de risco devem procurar um pediatra para avaliar se é indicado fazer a imunização.
Jovens de 15 a 29 anos
Segundo os especialistas e as autoridades, pessoas de todas as faixas etárias precisam ter as duas doses da vacina, mas o foco das campanhas atuais são os jovens de 15 a 29 anos porque são o grupo populacional com maior probabilidade de não terem recebido uma das duas doses.
Doença altamente contagiosa
- O sarampo é uma doença altamente contagiosa que pode evoluir para complicações e levar à morte;
- Os principais sintomas são febre, manchas avermelhadas na pele do rosto e tosse persistente;
- A prevenção da doença é feita por meio da vacinação, e os especialistas reforçam que não há relação entre a vacina e o autismo.
Vacina em duas doses
Para ter proteção contra o sarampo, é necessário ter tomado duas doses da vacina a partir do primeiro ano de vida, alerta a infectologista Suzi Berbert.
A prática mais comum hoje é vacinar as crianças pela primeira vez aos 12 meses e voltar para a segunda dose já aos 15 meses. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é oferecida gratuitamente durante todo o ano pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Era dada apenas uma dose na infância porque se acreditava ser suficiente, mas depois de 10, 15 anos o sistema imunológico ‘desaprendia’ e precisava ser reforçado. Tem muito adolescente e jovem que ainda era daquela época, que tem que receber a segunda dose”, disse e médica Suzi Berbert.
Por isso, segundo ela, é importante que as pessoas sempre confiram a carteira de vacinação para saber se estão com a imunização em dia.
E quem perdeu a carteira de vacinação?
Para as pessoas que não têm certeza se já receberam a segunda dose da vacina contra o sarampo, Suzi Berbert recomenda tomar mais uma dose no posto de saúde. Segundo ela, não existe problema em tomar mais de duas doses.
A vacina só é contraindicada para gestantes e pessoas com baixa imunidade, como pacientes em tratamento contra o câncer ou portadores de doenças que derrubam o sistema imunológico, como a gripe, porque a vacina é feita com vírus vivo e atenuado, o que pode causar alguns efeitos colaterais.

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Campanha de imunização
A especialista explica que cada região tem uma estratégia de combate à doença e, nas áreas em que se identifica um surto, há uma articulação para controlar e evitar que mais pessoas entrem em contato com o vírus. “A ideia é impedir a circulação do vírus. Se vacina o maior número de pessoas no menor espaço de tempo nestas campanhas. Em regiões onde não há uma campanha, porque não estão com surto da doença, falamos de ‘intensificação’, que é como se fosse um sinal amarelo.”
Já as crianças com menos de um ano que se vacinarem agora por opção do pediatra e devido ao surto atual, deverão tomar uma nova dose aos 12 meses, quando a vacina ganha maior eficácia.
Surtos no país
Antes considerado um país livre do sarampo, o Brasil perdeu o certificado de eliminação da doença concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em fevereiro deste ano, após registrar mais de 10 mil casos em 2018. O surto aconteceu principalmente nos estados de Amazonas e Roraima.
Em 2019, o último balanço epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado no dia 17 de julho, apontava 426 casos em sete estados do país.
Entenda o que é sarampo, quais os sintomas, como é o tratamento e quem deve se vacinar — Foto: Infografia: Karina Almeida/G1

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